quarta-feira, junho 18, 2008

DE CONVENTO E PRADOS


Vê bem.

Subi ao céu, quase até ao fundo, o simétrico do cu de judas.

Às tantas abrandei a marcha, nestes tempos já menos por temor, talvez por pudor da morte ainda, apenas.

Os florescentes camponeses de meia idade que houvera deixado em terra como que me chamavam com seus prudentes silêncios convidativos; diziam, ainda não companheiro. Mas ñ foi tanto a eles que escutei, mais a minha alma funda, foi como que um sentido de Estado individual e bem interno.

Regressei então e o despertar do sonho me apanhou a meio, antes de aterrar ainda. Todavia via já um prado imenso, bem diferente do convento de beneditinos que ao subir deixara.

Lembrei umas frases que há anos escrevi para um anúncio da campanha publicitária"Leite é Juventude". (Em radical pretendendo incutir algo assim: Europeus, bebam
muito leite que nós temos excedente grande e não queremos nada baixar o preço ou dar aos mais pobres.) As frases eram mais ou menos assim:

Há muitos muitos anos as vacas deixaram de poder voar. É por tal que agora elas olham com seu olhar melancólico para os prados verdes e sonham com aeroportos.Leite é Juventude.


Jaime Vehuel

Junho 2008