Quantas tardes, eu vou, sozinho, passear
Ao longo do brumoso e soluçante mar...
E vejo, ao cair do sol nas ondas abrasadas,
Entre as rochas que estão de espuma coroadas,
Tristes habitações de pobres pescadores...
Telhados pra abrigar soluços, ais e dores.
São choupanas onde há postigos e janelas,
Donde a Tristeza vê, ao longe, as brancas velas,
Navios onde vai ao leme a Saudade...
Sopra um vento que traz a viuvez e a orfandade...
Teixeira de Pascoaes (1877-1952)
segunda-feira, maio 29, 2006
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2 comentários:
um poema do poeta da saudade para nos lembrar que a saudade existe?
A realidade crua pelas palavras do Poeta...
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