sexta-feira, setembro 22, 2006
MITIGAR CAMPOS DE ARROZ
mitigar campos de arroz
em chamas
como quem faz
nichos no horizonte indisponível
trazer enfim a fonte do alecrim
aos molhos para dentro
jazer como quem parte do pé da laranjeira e
corre discorre
por fora da direcção do vento
encontrar nesse caminho outro sustento
já diferente do amado pão
uma fome que é mais de asas que de vinha
ai
porque será que o sonho lindo é que é
verdade
todavia o sol que sempre nasce sem vontade
da lua que há em si
quem dera fosse a vida enfim
o que é e
todavia a sombra luminosa
dessa vida tão sem luz que nos parece
estar
já basta de quem dera então
olhemos fundo
faço aqui eu um ai ainda mais profundo
afogo-me nele até se assim ele beija
erga-se bem alto o meu pranto defunto
que o fado é um combate e é sem fundo
e o amor do destino é uma bandeira
jaime vehuel
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