sábado, fevereiro 11, 2006

ANJOS NA LUA



Voltei finalmente ao Monte da Lua (Sintra), para uma caminhada peregrina - com votos e tudo - até à energia que as pedras guardam dos monges franciscanos Capuchinhos.
Mas era o mei da tarde e eu me encontrava ainda no centro da vila. Vai daí resolvi-me a ir subindo até onde o tempo restante até ao sol-pôr pudesse levar-me.
Não mais que uma meia hora volvida reparo pela primeira vez numa curiosa seta: "Azinhaga do Vale dos Anjos". E claro que (perdida a esperança de chegar hoje aos frades) desviei do alcatrão para o mato que se me apresentava. Bendita a hora.
Foi descer, descer, descer para acabar em Seteais. Ir ver dali a vista e desejar experimentar uma noitinha lá no Tivoli. E depois subir, subir muito - com uma pausa para merendar de assento em pedregulho já marcado aquando da descida e que, talvez por isso, se me afigurou familiar.
Muita pedra ora se impondo ora mansamente a espreitar, muito musgo a lavar a alma e a fazer lamentar que comê-lo se não possa, alguns chilreios, um arvoredo antigo e sábio, muita paz em redor, mil pormenores a merecerem foto.
Um belo território que, se não for dos proclamados anjos, poderia bem convir-lhes (digo eu). E que, por certo, é povoado de traquinas elementais.
Tive pois o que almejava: um reconfortante e retemperador banho de emersão no elemento Terra.
Mas porque raio a minha ancestral preguiça consegue impedir-me de fazer estas curas de corpo & alma mais vezes?
jaime vehuel
(foto: algures na net)

2 comentários:

disse...

Gostei do texto e da experiência vivida em Sintra.

Anónimo disse...

Gostei muito deste retrato em palavras, da adorável Serra de Sintra. Espero que continues a conectar-te com a Natureza mais vezes, sem preguiça :) e a partilhar essas experiências no blog.