quarta-feira, fevereiro 15, 2006

ÉS UM TRAPÉZIO INDEPENDENDO


és um trapézio
independendo em desafio ao tempo
como se Cronos não passara de uma breve crónica
de costumes vãos

vejo por sobre ti bátegas
suspensas
nuvens em fiapos esperando
que te afastes de cada momento para
só então
a água desabar em riste

e todavia quando balanças há
um ritmo
um compassar a estrada
mais de ampulheta que de corda
entretecendo as alcachofras


jaime vehuel
2001

(foto: trânsito de Vénus, fonte:
www.solarviews.com/cap/index/index.html)

2 comentários:

Anónimo disse...

Olha que linda fica a Vénus quando transforma em luz o Marte.
E que belo é o poema... como trapézio rodeador de luzes a balançar sobre o (a)mar.
Abraço fraterno

Anónimo disse...

Se a nossa passagem aqui pelo calhau, que vamos espatifando aos poucos, fosse tão doce como a forma como lidamos com as palavras, a vida e o riso confundiam-se. Meu romântico de uma figa!
Manoé t'abraça